Quando Márcia casou-se, foi morar com o marido e a sogra. As duas não se entendiam em nenhum aspecto. As brigas eram terríveis! Márcia não conseguia assumir a direção da casa e a sogra a manobrava como queria. Desesperada, vendo que jamais teria um único momento de paz, ela decidiu procurar uma solução. Foi em busca de um velho que morava na montanha, "seu" Arnaldo do Monte, que diziam: "resolve qualquer problema".
Após ouvi-la, pacientemente, "seu" Arnaldo disse-lhe:
- Quer mesmo resolver o problema?
- É o que mais desejo neste mundo! - respondeu aflita Márcia.
- Posso ajudá-la, mas só o farei se me prometer cumprir a minhas instruções, ao pé da letra.
- Eu o farei, prometo!
- Aqui estão umas ervas. Todo dia, você vai colocar um pouco na comida dela. Aos poucos, ela será envenenada. Entretanto, o mais importante não são as ervas. Serão as sua atitudes a partir de agora. Você não pode despertar qualquer suspeita e, para isso, é necessário que comece a tratá-la bem. Não responda ás suas provocações nem aos seus xingamentos, trate de ser a mais amigável possível. Assim quado ela morrer, ninguém vai suspeitar de você. Está bem? Vai seguir as minhas instruções?
- Farei da forma que o senhor me ensinou.
E voltou, radiante, para casa, para começar o projeto de assassinar a sogra. Todo dia, ela colocava um pouco do do veneno na comida. Não esquecera as recomendações do velho da montanha e tratava a sogra da melhor forma possível. Aprendeu a controlar seu temperamento, esforçou-se para ser tolerante, mesmo cansada, sempre achava uma força de tratar a sogra com carinho. Algumas semanas depois, o clima na casa já era outro. Já não havia mais discussão e a sogra, agora, era muito mais amável, a ponto de chama-la de filha. Márcia resolveu procurar o velho.
- "Seu" Arnaldo, ajude-me a evitar que o veneno mate minha sogra. Ela se transformou numa pessoa agradável e eu a amo, como se fosse minha mãe. Não quero que ela morra por causa do veneno que eu lhe dei - pediu, desesperada.
- Márcia, não precisa preocupar-se. As ervas que eu dei não era veneno, eram vitaminas para melhorar a saúde dela.
O veneno estava na sua mente e nas suas atitudes, mais foi jogada fora e substituído pelo amor que você passou a dar a ela.
Tratando-a bem, "para não despertar suspeitas", você estava exercitando a arte da tolerância, do autocontrole e do amor!
Ela tornou-se agradável, porque você passou a sê-lo! Em regra, "nós recebemos de acordo com o que damos".
"Lágrimas de um Louco"
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